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Como sei que é hora de trocar meu tênis de corrida?

Conheça os sinais que mostram o momento certo de aposentar seu parceiro de asfalto

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trocar tênis de corrida

Foto: Shutterstock

Quem corre sabe que, por mais que você adore seus tênis, chega uma hora em que é preciso substituí-los. Mas como saber que esse momento chegou? Como avaliar a vida útil do seu parceiro para correr?

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De acordo com Fernando Zikan, professor do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da UFRJ, o mais comum é trocar calçados gastos por novos depois de 400 a 700 quilômetros rodados. Mas não há informações conclusivas a respeito. Isso porque peso, força e altura do corredor, além da biomecânica do movimento, variam de uma pessoa para outra, o que também influencia o tempo de duração do tênis. Ainda assim, alguns sinais não devem ser ignorados e podem ajudar na decisão de investir em um novo par de tênis:

Solado sem relevo: se as ranhuras da sola estão desaparecendo ou não existem mais, é sinal de que o poder de tração do calçado já não é o mesmo. Isso pode a prejudicar a performance, principalmente, em superfície molhada ou acidentada.

Entressola gasta: a integridade do material entre a sola e o cabedal (parte de cima do tênis) é fundamental para garantir amortecimento, estabilidade da pisada e conforto. Se essa parte está rachada, quebradiça, dura ou muito estreita, as funções dela estarão comprometidas.

Maleabilidade na torção: se a resistência ao torcer com as mãos estiver muito maleável, a estabilidade do dispositivo está comprometida, e quanto maior a mobilidade, maior a propensão à lesões;

Calcanhar muito desgastado: um desgaste assimétrico nas laterais da parte de trás do tênis indica que a pisada pode estar comprometida, o que aumenta o perigo de lesão.

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Para além da investigação visual do tênis, os corredores devem ficar atentos a indícios no corpo que podem sinalizar perda de características importantes do calçado. Por exemplo:

  • Desconforto durante a corrida;
  • Sensação de instabilidade ou falseio ao correr;
  • Dores no tornozelo ou joelho ao longo ou depois do treino;
  • Bolhas nos pés;
  • Aparecimento de vermelhidão em regiões do pé após o exercício;
  • Dores nas laterais do pé.

O ortopedista Leandro Gregorut, especialista em joelho, recomenda revezar entre dois ou mais pares de tênis, dando um descanso de pelos menos 24 horas antes de repetir o uso de cada um. Isso permite que as estruturas de amortecimento retornem ao nível original. 

Também é importante escolher um calçado adequado para o tipo de corrida que você pratica – longa, rápida, em asfalto ou trilha, por exemplo.

Se você é um corredor pesado e usa um tênis leve, minimalista, precisa saber que o modelo vai durar menos, além de expor o corpo a lesões. Caso opte por um modelo bem estruturado – com mais amortecimento – vai conseguir usá-lo por mais tempo e com maior segurança.

Dicas gerais

  • Escolha um tênis com mais amortecimento para treinar e um mais leve e minimalista para competições (desde que esteja adaptada a ele!). Isso favorece a velocidade sem aumentar o risco de lesão;
  • Tênis com contraforte – parte onde o calcanhar encaixa – rígido garantem mais estabilização na passada;
  • Caso esteja acima do peso, prefira um modelo com bom amortecimento. Se emagrecer muito, pode trocar por um mais leve e rápido;
  • Tenha pelo menos dois pares de tênis para revezar nos treinos;
  • Cheque a amarração dos cadarços e aprenda jeitos diferentes de dar o nó. O ajuste errado (frouxo ou apertado demais) pode ser responsável por instabilidade na passada e dores no dorso do pé.

*Fontes: Fernando Zikan, fisioterapeuta, professor do Departamento de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da UFRJ e coordenador de ensino da Associação Brasileira de Fisioterapia em Traumato-ortopedia – ABRAFITO; Leandro Gregorut, ortopedista, especialista em joelho, ombro e cotovelo; e Bruno Kobata, gerente de running para a Adidas no Brasil.