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Dor ao subir escadas, durante a corrida e até mesmo em alguns exercícios de musculação, como agachamentos, podem indicar um problema muito comum nos joelhos: a condromalácia patelar.
Basicamente, a superfície da patela (rótula) é revestida por uma grossa camada de cartilagem – que normalmente desliza sem atrito durante as flexões da articulações do joelho. Mas em pessoas com problemas de desalinhamento, fraqueza muscular, atletas e obesos essa cartilagem trabalha com sobrecarga, podendo apresentar fissuras, lesões e degeneração, dando origem ao problema.
A seguir, o médico ortopedista Riccardo Gobbi esclarece cinco dúvidas sobre a condromalácia. Confira:
Falso
“A Síndrome Femoropatelar pode ocorrer em atletas de alto desempenho, que forçam muito os joelhos nos treinos em academias (agachamento, step etc.), e ainda em pessoas que estão bem acima do peso ideal. Esse tipo de dor também é comum em indivíduos que passam muitas horas por dia sentadas com os joelhos dobrados na mesma posição”.
Verdadeiro
“De fato, as mulheres estão no grupo de risco da Síndrome por conta de sua anatomia. Como a pelve é mais larga que a dos homens, geralmente seus joelhos são mais projetados para dentro, formando um X (valgo dos joelhos). Isso altera a dinâmica da articulação femoropatelar e gera uma sobrecarga relevante na região lateral da articulação. Além disso, outros fatores predisponentes, como alterações no encaixe da patela com o fêmur são muito mais comuns em mulheres”.
Verdadeiro
“Esportes de impacto, com desaceleração e mudanças de direção constantes, exigem muito da cartilagem patelar. Sendo assim, corredores, jogadores de futebol, vôlei, basquete e tênis estão vulneráveis ao comprometimento da cartilagem que reveste a patela – especialmente quando há desequilíbrio muscular e anatômico dos joelhos. Afastamentos para tratar dor no joelho são muito comuns”.
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Falso
“Pacientes em tratamento de condromalácia patelar devem fazer controle de peso e fortalecimento muscular. Esse fortalecimento é muito importante para equilibrar a carga sobre os joelhos. Uma avaliação dos fatores relacionados à sobrecarga – quer sejam anatômicos, quer sejam dos exercícios – é fundamental para uma readequação individualizada das atividades, que pode ser temporária ou definitiva. Na maior parte das vezes, o tratamento adequado possibilita o retorno à atividade física desejada”.
Falso
“Não podemos subestimar a importância de um repouso inicial durante o tratamento da Síndrome Femoropatelar. O reequilíbrio muscular e a readequação das atividades são muito importantes. Existem também recursos mais avançados que podem poupar o atleta de insistir nos anti-inflamatórios, diminuindo a dor de maneira significativa. É o caso da PST – Pulsed Signal Therapy. Esse tratamento é realizado com sessões diárias, durante nove dias, em que o joelho do atleta é submetido a pulsos eletromagnéticos para estimular ossos e tecidos moles. Estudo empreendido por nosso Grupo de Joelho do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP avaliou 41 joelhos de 25 pacientes, sendo que alguns receberam tratamento placebo e outros seguiram o protocolo da PST. Aqueles tratados com PST apresentaram melhora da dor e dos testes funcionais após o tratamento – melhora essa que foi progressiva e se manteve por um período de até um ano depois de terminadas as sessões. O tratamento não é invasivo e nem provoca dor ou desconforto nos pacientes”.