compartilhe

Saúde & Beleza

5 mitos e verdades sobre a condromalácia patelar

Esclarecemos algumas dúvidas sobre o problema, que está diretamente relacionado à falta de fortalecimento muscular

RedaçãoPor
Redação

Dor ao subir escadas, durante a corrida e até mesmo em alguns exercícios de musculação, como agachamentos, podem indicar um problema muito comum nos joelhos: a condromalácia patelar.

Basicamente, a superfície da patela (rótula) é revestida por uma grossa camada de cartilagem – que normalmente desliza sem atrito durante as flexões da articulações do joelho. Mas em pessoas com problemas de desalinhamento, fraqueza muscular, atletas e obesos essa cartilagem trabalha com sobrecarga, podendo apresentar fissuras, lesões e degeneração, dando origem ao problema.

Inscreva-se para a Cosan Venus 15K SP 2019, dia 01.09

A seguir, o  médico ortopedista Riccardo Gobbi esclarece cinco dúvidas sobre a condromalácia. Confira:

1. Condromalácia só atinge pessoas sedentárias? 

Falso
“A Síndrome Femoropatelar pode ocorrer em atletas de alto desempenho, que forçam muito os joelhos nos treinos em academias (agachamento, step etc.), e ainda em pessoas que estão bem acima do peso ideal. Esse tipo de dor também é comum em indivíduos que passam muitas horas por dia sentadas com os joelhos dobrados na mesma posição”.

2. Ela é mais comum nas mulheres?

Verdadeiro
“De fato, as mulheres estão no grupo de risco da Síndrome por conta de sua anatomia. Como a pelve é mais larga que a dos homens, geralmente seus joelhos são mais projetados para dentro, formando um X (valgo dos joelhos). Isso altera a dinâmica da articulação femoropatelar e gera uma sobrecarga relevante na região lateral da articulação. Além disso, outros fatores predisponentes, como alterações no encaixe da patela com o fêmur são muito mais comuns em mulheres”.

3. Esportes de alto impacto aumentam o risco de o problemas surgir? 

Verdadeiro
“Esportes de impacto, com desaceleração e mudanças de direção constantes, exigem muito da cartilagem patelar. Sendo assim, corredores, jogadores de futebol, vôlei, basquete e tênis estão vulneráveis ao comprometimento da cartilagem que reveste a patela – especialmente quando há desequilíbrio muscular e anatômico dos joelhos. Afastamentos para tratar dor no joelho são muito comuns”.

MAIS
Descubra como a meditação pode influenciar na sua corrida

O caminho das pedras para correr a Cosan SP City Marathon

4. Quem tem condromalácia não pode praticar exercícios?

Falso
“Pacientes em tratamento de condromalácia patelar devem fazer controle de peso e fortalecimento muscular. Esse fortalecimento é muito importante para equilibrar a carga sobre os joelhos. Uma avaliação dos fatores relacionados à sobrecarga – quer sejam anatômicos, quer sejam dos exercícios – é fundamental para uma readequação individualizada das atividades, que pode ser temporária ou definitiva. Na maior parte das vezes, o tratamento adequado possibilita o retorno à atividade física desejada”.

5. Anti-inflamatórios e repouso são as únicas opções de tratamento?

Falso
“Não podemos subestimar a importância de um repouso inicial durante o tratamento da Síndrome Femoropatelar. O reequilíbrio muscular e a readequação das atividades são muito importantes. Existem também recursos mais avançados que podem poupar o atleta de insistir nos anti-inflamatórios, diminuindo a dor de maneira significativa. É o caso da PST – Pulsed Signal Therapy. Esse tratamento é realizado com sessões diárias, durante nove dias, em que o joelho do atleta é submetido a pulsos eletromagnéticos para estimular ossos e tecidos moles. Estudo empreendido por nosso Grupo de Joelho do Instituto de Ortopedia e Traumatologia da USP avaliou 41 joelhos de 25 pacientes, sendo que alguns receberam tratamento placebo e outros seguiram o protocolo da PST. Aqueles tratados com PST apresentaram melhora da dor e dos testes funcionais após o tratamento – melhora essa que foi progressiva e se manteve por um período de até um ano depois de terminadas as sessões. O tratamento não é invasivo e nem provoca dor ou desconforto nos pacientes”.