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Saúde & Beleza

Anticoncepcional X desempenho na corrida

Veja como o anticoncepcional pode influenciar na corrida e entenda o caminho para tomar as melhores decisões

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anticoncepcional

Foto: Shutterstock

Por Brenda Prestes

Se você é mulher e toma anticoncepcional, certamente já se perguntou se ele influência no seu desempenho na hora de correr. Dentro dos métodos anticoncepcionais, existem opções hormonais e não hormonais. Dentro do primeiro grupo, existem os que contém estrogênio e algum tipo de progesterona, e os que são feitos apenas com progesterona.

Conversamos com a ginecologista Bárbara Murayama para saber as vantagens e desvantagens de cada um deles.  “Podem ser pílulas, injetáveis, anel vaginal, adesivos, ou dispositivos intrauterinos e implantes”, explica a médica.

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Segundo a especialista, geralmente os anticoncepcionais hormonais bloqueiam a ovulação, além de tornar o ambiente genital hostil aos espermatozoides, mudando inclusive a qualidade do muco no organismo da mulher. Apesar das mudanças, as mulheres que usam esse tipo de método ainda menstruam.

“A menstruação é um período inflamatório, mesmo em mulheres saudáveis, que não tenham nenhuma doença ginecológica como endometriose, por exemplo”, explica. Segundo ela, o processo menstrual acontece como uma descamação, e, além das oscilações hormonais naturais do período, pode causar desconfortos como tensão pré-menstrual, retenção de líquidos, cólicas e queda de rendimento (nas fases pré-menstrual e menstrual).

Prós e contras

As vantagens de usar métodos hormonais incluem melhora da TPM, diminuição do fluxo ou até ausência de qualquer sangramento – dependendo da combinação hormonal escolhida – e controle das cólicas.

No entanto, métodos hormonais podem causar efeitos colaterais como  dor de cabeça, dor nas pernas, retenção de líquido, queda da libido, perda de rendimento, alterações de humor como ansiedade, tristeza e em casos mais graves até depressão. “Isso acontece especialmente com métodos que contêm apenas progesterona”, explica Bárbara.

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Para quem não usa métodos hormonais, as oscilações hormonais naturais do corpo podem ser até interessantes. “Mulheres que não sentem sintomas desconfortáveis podem usar a seu favor as diversas fases do ciclo, como a primeira fase, quando geralmente as mulheres se sentem bem mais dispostas. Nesse caso, eu indicaria usar um dispositivo intrauterino (DIU) sem hormônio. Assim a mulher fica protegida, mas sem os efeitos negativos”, sugere.

Fases da menstruação

Por convenção, o primeiro dia da menstruação é o primeiro dia do ciclo menstrual (dia 1). O ciclo é então dividido em duas fases: folicular e lútea. A fase folicular começa com o início da menstruação, e termina no dia anterior ao aumento do hormônio luteinizante (LH). A fase lútea começa no dia do pico de LH e termina no início da próxima menstruação.

“A fase folicular, especialmente entre o término da menstruação e a ovulação, pode ser considerada a de maior disposição, o que pode ser útil para treinar. Depois vem a fase pré-menstrual, onde a disposição vai diminuindo”, explica a médica.

Afinal, anticoncepcional faz mal? 

Depende. Bárbara explica que mulheres que sofrem com cólicas, TPM, fluxo intenso ou ciclos irregulares podem se beneficiar de saberem exatamente quando vão menstruar, para planejar treinos e competições. E podem até escolher não menstruar, para ter uma situação ainda mais controlada. Os métodos hormonais regulam o ciclo e estabilizam a produção natural de hormônios femininos.

Por outro lado, estes métodos podem ser ruins para quem sente muito os efeitos colaterais, ou tem contraindicações como risco familiar de trombose ou tabagismo. “Essas pessoas não podem usar métodos com estrogênio, apenas com progesterona isolada”, diz Bárbara.

Qual tipo de AC devo usar?

Em relação aos tipos de AC, Bárbara diz que não existem “melhores e piores”, e sim o que é melhor para cada mulher em cada fase de sua vida:

  • Métodos de longa duração: indicado para mulheres mais jovens, pois é colocado uma vez e retirado apenas quando vencer. Há DIUs de cinco e dez anos de validade.
  • Depois dos 35 anos, é preciso ficar atentas ao risco de trombose, que aumenta com idade. É indicado avaliar a possibilidade de tomar métodos hormonais combinados, já que esses contém estrogênio e menos risco.
  • Próxima aos 50 anos de idade, a mulher que privilegia seu desempenho atlético pode pensar em reposição hormonal para manter o corpo balanceado e apto à prática esportiva.

A ginecologista conclui que o uso de anticoncepcionais pode, sim, causar perda de rendimento em mulheres que sofrem com seus efeitos colaterais. O ideal é procurar um especialista e descobrir qual método funciona melhor para cada pessoa, encontrando a opção que influencie o menos possível no treino e na disposição.

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** Fonte: ginecologista e obstetra, Dra. Bárbara Murayama.