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Colunistas

Corrida contra o cigarro

O esporte foi um fator decisivo para a jornalista Nanna Pretto largar o vício

Nanna PrettoPor
Nanna Pretto

corrida contra o cigarro

Hoje (31 de maio) é o Dia Mundial Sem Tabaco e eu queria aproveitar a coluna dessa semana para contar uma história para vocês: a corrida teve um papel fundamental na minha vida para me ajudar a largar o cigarro, vício que eu mantive por dez anos.

Comecei a fumar cedo, aos 14 anos. Naquela fase de adolescente, quando você quer provar que faz o que quer da vida, sabe?! Pois é, bobagem total. Mas a coisa foi indo, namorei um menino que fumava, tinha amigas que fumavam e o tempo foi passando.

Já em São Paulo, em 2001, eu comecei a correr. Foi uma amiga do trabalho que me incentivou a experimentar as pistas. Ela foi comigo comprar o primeiro par de tênis, me deu as primeiras dicas e me fez colocar a cara no sol, às sete da manhã, quatro vezes por semana.

Aí a história vocês já sabem: o bichinho me mordeu, fiz a primeira prova de 5K, depois uma de 10K e resolvi entrar numa assessoria esportiva. Em 2004, decidi que iria completar minha primeira meia maratona. E, se nos treinos para os 5 km ou 10 km o cigarro não prejudicava tanto, na hora que o volume aumentou e precisei me dedicar, a vida me deu um alerta: a respiração tinha de melhorar.

Eu era tão cara de pau que fumava mesmo sendo asmática. Claro que a falta de ar era recorrente, claro que faltava gás no sprint final. Era mais do que claro que algo estava errado.

E foi num check-up esportivo, ainda em 2004, que escutei do cardiologista: ou você para de fumar ou vai ficar nas distâncias curtas. E assim diminuí o ritmo do cigarro, comecei a correr mais e fumava apenas socialmente, quando saía à noite.

Dessa forma, tive cada vez menos vontade de fumar, cada vez mais disposição para correr. No mesmo ano, corri os primeiros 21K e deixei o cigarro de vez. Hoje, há quase 15 anos sem fumar, tenho certeza: foi a minha melhor vitória!