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A corrida como alento após quatro tentativas de suicídio

Rossane Leão conta como a corrida trouxe para sua vida novas razões para não desistir

RedaçãoPor
Redação

Há sete anos tentei suicídio por quatro vezes, sempre ingerindo medicamentos tarja preta. Na última vez fui levada para o hospital e a médica do pronto-socorro falou para meu marido que eu não sobreviveria.

Porém, assim que ela foi atender outro paciente, o residente que estava com ela não desistiu de tentar mais uma vez: ele salvou a minha vida. Depois disso fui internada em uma clínica em Brasília por 17 dias.

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Desabafei com meu psiquiatra tudo o que havia acontecido desde que era criança, coisas que guardei só para mim. Quando tive meus dois filhos, fui diagnosticada com Transtorno Bipolar Traumática e depressão. Assim que saí da clínica, continuei com o tratamento e vários medicamentos que tomo até hoje.

Nova vida com a corrida

Mas o que também gostaria de compartilhar é que não fiquei só deitada me lamentando: há sete anos descobri a corrida de rua. Hoje eu sou maratonista e ultramaratonista, já tendo completado 10 maratonas pelo Brasil e uma ultramaratona.

A corrida me possibilita fazer novas amizades, ocupar a mente e também libera endorfina. Além disso, viajo para conhecer outros lugares e pessoas diferentes.

Quando eu percorro os 42 km, penso em tantas pessoas que lutam para sobreviver – e a gente, quando tem uma crise, quer tirar a própria vida…. Por isso, procuro ficar perto de pessoas que me amam e tenho muito mais amor próprio. Continuo indo ao psiquiatra uma vez no mês e uma vez por semana no psicólogo.

Infelizmente eu perdi uma pessoa querida há 7 dias. Ela se suicidou com uma corda no pescoço. Me dói muito de não saber que não pude fazer nada e por isso quis compartilhar minha história. Beijos no coração pra todos!