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Do zero aos 21 km

Renata Rezende encarou a Rio City Half Marathon sem nunca ter participado de uma corrida, e se apaixonou pelo desafio!

Juliana MesquitaPor
Juliana Mesquita

Do zero aos 21 km

A trajetória natural da maioria dos corredores é estrear nos 5 km e passar por provas de 10 km, 15 km, 16 km, antes de se desafiar na meia maratona. Mas o caminho de Renata Rezende, 36 anos, foi bem diferente. Ela decidiu participar da Rio City Half Marathon sem nunca ter vivido a experiência de prender um número de peito na camiseta. E sua estreia na meia maratona – e na corrida – não poderia ter sido mais emocionante.

O início no esporte
A carioca sempre foi uma pessoa ativa. Ela já fazia ciclismo, musculação e funcional antes de começar a correr. Aliás, a modalidade entrou na sua vida bem por acaso. “Comprei uma bicicleta de estrada e decidi treinar com uma assessoria esportiva, para ter mais segurança ao pedalar”, afirma.

Ao ingressar no grupo, a arquiteta foi bem clara: “Não queria participar de provas, apenas praticar o esporte por lazer e saúde”. Porém, bastou um pequeno período cercada de triatletas e corredores para mudar de opinião. “De tanto ouvir o pessoal falar sobre a emoção de completar um Ironman ou uma maratona, foi me dando vontade de fazer uma corrida.”

Por que os 21K?
Como já tinha um bom condicionamento, Renata achou que seria pouco desafiador estrear em provas de distâncias menores. Por isso, colocou na cabeça que sua corrida de estreia seria uma meia maratona: a Rio City Half Marathon. “Faltavam seis meses para a competição e perguntei ao meu treinador se era possível ir do zero aos 21 km em tão pouco tempo. Ele disse que sim, desde que eu levasse os treinos a sério e me dedicasse.” A carioca sabia que não seria fácil, mas nem por isso desanimou. Começou correndo 5 km e foi evoluindo progressivamente, como mandava a planilha.

Após meses de dedicação, finalmente chegou o grande dia para Renata. “Acordei antes mesmo do despertador tocar. Estava ansiosa e com medo de perder a hora”, lembra. Ao chegar no Recreio dos Bandeirantes, local da largada da Rio City, o nervosismo aumentou e tomou conta da corredora. “Estava indo em direção ao desconhecido. Não sabia o que era correr 21 km. Nos treinos, o máximo que fiz foi 15 km. Não tinha ideia de como meu corpo e minha mente reagiriam a partir dessa distância.”

Ajuda dos mais experientes
Por coincidência, Renata encontrou na largada seu primo e a esposa, que vieram de Brasília especialmente para a Rio City. “Eles me deram aquela força e tentaram me deixar tranquila. Quem já participou de um prova tira a ansiedade de letra, é algo normal. Não era meu caso…”. A nutricionista da arquiteta também estava lá e prometeu acompanhá-la no percurso, trazendo ainda mais segurança para Renata encarar a meia maratona.

Apesar de a corredora começar a prova em ritmo bem leve, seguindo o que havia treinado, os primeiros desafios vieram logo no início do percurso. “O dia estava muito quente e não me adapto bem ao calor. Além disso, corríamos com o sol na cara. Como tenho visão sensível à claridade, foi algo que me incomodou bastante.”

O momento mais crítico foi por volta do quilômetro 15. Ao reduzir o ritmo para pegar água, ela sentiu as pernas pesarem bastante. Renata percebeu que não poderia nem pensar em caminhar. Se fizesse isso, não teria forças para voltar a correr e precisaria ir andando até o final da meia maratona. Essa possibilidade não fazia parte dos seus planos. “O calor estava me deixando bem para baixo, então, procurei me manter molhada o tempo todo. Em cada posto de hidratação, era um copo de água para beber e outro para refrescar o corpo. Mantive o foco. Respirei e segui adiante, sem parar de correr.”

A inesquecível chegada
Quando se aproximou do quilômetro 19, Renata começou a chorar de emoção. A arquiteta sabia que estava muito perto de alcançar seu objetivo, mas conteve a euforia e se concentrou nas passadas, para não sair do ritmo. “Quando entrei na reta final e avistei o pórtico, não pude segurar as lágrimas. Cruzei a linha de chegada chorando muito, tremendo de cansaço e de emoção”, afirmou a carioca, que completou sua primeira corrida da vida, de 21K, em 2h21min09s.

“Eu estava numa felicidade sem tamanho! Participar de uma prova é algo arrepiante, inexplicável! O evento é muito animado, as pessoas são demais, passam muita energia… Eu amei!”

A coleção de medalhas vai aumentar

Do zero aos 21 km

Arquivo pessoal


Quem sente o prazer trazido pela endorfina e a sensação de vitória ao completar uma prova geralmente não consegue mais parar de correr. Com Renata não foi diferente. Alguns dias após completar a Rio City, perguntaram se ela faria outra maratona. Ainda cheia de dores muscular, a arquiteta respondeu: nem pensar! “Já tinha conquistado meu objetivo, que era provar para mim que tinha capacidade de correr 21 km”.

É claro que logo ela mudou de opinião. “Na semana seguinte, já me peguei olhando o calendário de corridas. Estou pensando em fazer outra meia maratona no mês de agosto. Mas também procurei por algumas provas acima de 15 km. Distâncias menores do que essa acho que não terão graça”, finalizou rindo.