Uma estudante de jornalismo resolve correr a Maratona de Boston, aos 20 anos, numa época em que só homens competiam em corridas de rua dessa distância. Uma atleta que quase foi retirada da prova pela organização, em 1967. E que, depois de 50 anos, retorna à mesma prova e repete o seu feito. Mas, agora, como parte das 12 mil mulheres maratonistas que completaram a prova na última segunda-feira, dia 17 de abril. Será que estamos ganhando espaço no universo das corridas de ruas?

A história de Kathrine Switzer é real e estampou os jornais no início da semana. Ela, que ficou conhecida como defensora da igualdade de direitos entre homens e mulheres na década de 60, lutou durante anos por este propósito. Mas a notícia é muito maior do que isso. Hoje, as mulheres ganharam espaço nas pistas e, muitas vezes, chegam a ocupar metade do público total das provas do mundo afora.

Ganhamos corridas exclusivas para mulheres; ganhamos premiações especiais; treinadores perceberam a necessidade de um treinamento diferente; o público começou a nós reconhecer como atletas.

Ganhamos espaço nas pistas para mostrarmos o quão fortes somos. E como isso é bom!

Em pensar que há 50, 60 anos, a corrida de rua era um esporte para homens. E veja hoje: a americana Kathrine Switzer, a primeira mulher a terminar a maratona de Boston, voltando às pistas para viver aquela alegria da conquista dos 42 km.

Terminar uma maratona com mais 12 mil mulheres sendo você o ícone da participação feminina, de forma oficial, naquela competição, sem dúvidas, foi uma sensação inesquecível.

Estamos evoluindo. Na corrida já temos uma participação expressiva e voz ativa. Sabemos o que queremos e deixamos muitos marmanjos para trás. Na vida, a coisa ainda caminha. Mas, assim como Kathrine, não podemos desistir nunca!